sábado, 15 de janeiro de 2011

Opera de assobios

Chegou o dia. Finalmente alguém do Porto se fartou e pôs o dedo na ferida: criticou as assobiadelas (e de que maneira!). O André tem toda a razão, é um pouco estúpido que se assobie a equipa num momento destes. Temos uma equipa com grande espírito de união, não só entre eles mas também com os seus adeptos, e não faz sentido que os assobiemos pois isso só distancia a equipa dos adeptos! Querem assobiar? Assobiem no fim dos jogos, para mostrar aos jogadores que não gostaram do que viram e eles tem que meter na cabeça que para a próxima tem que fazer melhor. Agora assobiar um jogador que até está a jogar bem e lá falha um passe ou uma finta simplesmente não me cabe na cabeça. Mas também acho que não deveria ter sido o Villas-Boas a falar nisto. Porque sejamos honestos, apesar de todos gostarmos muito dele, é só mais um treinador no meio de muitos. Deveria ter sido o nosso presidente a falar muito seriamente sobre o assunto, a apelar a união de todos para apoiarmos a equipa.

E já que estamos a falar de assobios, vou contar uma história bastante ilustrativa disto tudo e que é a razão pela qual eu acho sempre melhor apoiar que assobiar:
Há uns anos atrás, na ultima época do Quaresma no Dragão, este estava a ser muito contestado pelos adeptos, que o assobiavam constantemente em todos os jogos, ao ponto de o próprio Quaresma ter sido confrontado com isto. Foi durante este tempo que um dia fui com a minha namorada, uma dragoa (não gosto de "dragona", soa mal) ferrenha ver, salvo o erro, o Porto receber o Leiria. O jogo estava a correr bem e até estávamos a ganhar mas o "ritual" já se tinha imposto, qualquer erro do Quaresma era tremendamente assobiado. Mas o que aconteceu a seguir foi mesmo muito engraçado. Houve um canto a nosso favor e ele ia ser cobrado pelo Quaresma a 50 metros a nossa frente. Nesse instante a minha namorada, muito chateada com os assobios, e como mulher do Norte que ela é, levantou-se e gritou "Vamos lá Quaresma, és o maior!". O cigano ouviu e virou-se para nós e levantou a mão em sinal de apreço e toda a bancada aplaudiu-o. Nesse jogo não se ouviu mais assobios e foi a partir desse jogo que os assobios começaram a se transformar em palmas para o Quaresma. Obviamente, não foi a minha namorada que mudou aquilo tudo, mas ajudou a mostrar a muitos portistas que só temos a ganhar se apoiarmos os nossos atletas. Afinal, ninguém paga para ir resmungar com ninguém, mas sim para desfrutar do espectáculo que eles dão 95% das vezes.

2 comentários:

  1. Diogo, tens toda a razão, teoricamente devia ser assim, mas é e não é de agora, é desde, não digo de sempre, digo desde que vou ver o Porto e já vou ver há mais de 45 anos.

    Um abraço

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  2. Eu até gozo à BRAVA quando os adeptos dos outros clubes assobiam e apupam os jogadores das equipas de que são adeptos. Mas não aprecio mesmo nada quando constato que os meus "familiares" portistas fazem o mesmo no Dragão.

    Porra, estão chateados? Vão para casa, emborrachense, não deixem a família ver TV, impliquem com os vizinhos, jurem que não vão mais à bola, praguejem como quando o chefe os mande fazer um trabalho de que não gostam ou dão uma martelada num dedo. Se não puderem concretizar nenhuma destas (péssimas) sugestões, paguem um bilhete à sogra e levem-na convosco para o Estádio: certamente já estará habituada e não vai estranhar...

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