A questão do meio campo

Já de há algum tempo para cá que as tácticas usadas no FC Porto incluem sempre um peça chave: o trinco. Costinha, Paulo Assunção e Fernando são os exemplos mais recentes de jogadores que se tornaram nucleares e fundamentais nas movimentações das equipas, que a atacar quer a defender. Mas parece-me que a "moda" do trinco estará a mudar de direcção, num sentido mais táctico.

 Tudo começou com Jesualdo Ferreira, quando quis já no tempo dele quis pôr Guarin na posição 6, mas com resultados fracos, fazendo-o abandonar essa hipótese. Depois Villas-Boas deu asas a Fernando e tentou torna-lo num trinco mais solto e mais ofensivo. Quase que conseguiu no inicio da época, mas Fernando foi perdendo esse fulgor e voltou a ser o mesmo trinco recuperador de bolas que já nos tinha habituado. E agora, Vítor Pereira. Na passada Terça, vimos na segunda parte uma variação do meio campo que me agradou bastante: o duplo pivô com um jogador mais ofensivo - Moutinho, Defour e Belluschi. Ora isto oferece uma produtividade ofensiva bem mais ostensiva, e no campeonato português, com os típicos autocarros, creio que será algo a manter. Na Liga dos Campeões, honestamente, creio que o velho trinco compensará mais para equilibrar o meio campo.

A bola está nas mãos nos pés de Vítor Pereira. O que ele irá fazer, só ele saberá, mas o inicio de epoca tem sido bastante agradável de ver a vários niveis, o que auspicia um bom resto de temporada. E vós, caros leitores, qual acham que deve de ser o meio campo? Duplo pivo ou trinco? E com que jogadores?

Agarra as chuteiras, mas não os jogadores

Guimarães e Leiria (mais concretamente, Marinha Grande). Que estes dois jogos têm em comum? Além de ambos terem terminado com a vitória do FC Porto, os dois campos estavam simplesmente em péssimo estado. Como é possível que isto aconteça na principal liga portuguesa? Como é possível existirem estádios que até é vergonhoso chama-los disso mesmo serem palcos de jogos entre as melhores equipas portuguesas? Relvados assim só se vêem nos piores campeonatos mundiais. E se queremos se como os melhores, temos que lutar para isso. Claro que existem certas coisas que são complicadas de mudar, eu sei, mas outras coisas não o são, e o ambiente dos jogos, as suas condições, deveriam merecer uma atenção maior por parte da Liga. Porquê?
Vejamos, por exemplo, o que disse Co Adriaanse quando lhe perguntaram se tinha saudades de Portugal:  

«Sinto a falta dos jogos grandes, com Benfica e Sporting, e também das viagens à Madeira, que é uma ilha muito bonita. Mas não sinto a falta dos jogos pequenos, com mil ou dois mil adeptos nas bancadas».

Isto diz muito sobre o que lá fora pensam do nosso campeonato. Um campeonato com bons jogos entre os grandes, mas que para além disso é tipo regionais, "sem sal". 

Creio que é altura de se pensar a fundo nestas questões que quanto a mim, são factores preponderantes para, por exemplo, atrair ou manter os grandes jogadores em Portugal! Que jogador gosta de ir a Leiria jogar num estádio com um relvado deplorável e meia dúzia de gatos nas bancadas? Nenhum. Pois é.